APELAÇÃO JUNTO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA IMPROCEDENTE.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
TJ28
APELAÇÃO CÍVEL Nº.90.338/5 – COMARCA DE BELO HORIZONTE
APELANTE – SESCON - MG SIND. EMPR. SERV. CONTÁBEIS E CONSULTORIA
APELADO – SINESCONTÁBIL – SIND. ESCRITÓRIO CONT. AUDIT. PERÍCIAS
RELATOR - EXMO. SR. DES. MURILO PEREIRA
A C O R D Ã O
Vistos etc., acorda, em Turma, a Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade
da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM
REJEITAR A PRELIMINAR ARGUIDA E NEGAR PROVIMENTO AO APELO.
Belo Horizonte, 12 de junho de 1997.
DES. MURILO PEREIRA - Relator
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Nº 90.338/5
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
Proferiam sustentação , pelo apelante, o Dr. Dimas Ferreira Lopes e, pelo
apelado, o Dr. Dácio Fernando Juliani.
O SR. DES. MURILO PEREIRA:
Sr. Presidente.
Ouvi com atenção a palavra fluente dos ilustre Advogados das partes e acredito
que, em meu voto, tenho examinadas as questões que nos pareceram relevantes para
situar a matéria e decidir.
Meu voto é o seguinte:
Conheço do recurso, aos seus pressupostos de admissibilidade.
Insurge-se o apte. Contra a r. sentença que julgou improcedente o pedido.
Rejeitou-se a preliminar de desfundamentação da sentença ( CR, art. 93, IX) a
resultar em sua nulidade que, ai ver equivocado do apte., data venia , teria
incidido na eiva de “resistência na declaração da prestação jurisdicional” ( f.
370).
Basta uma simples leitura da sentença, ainda que a vôo de passo, para se
aquilatar que o ilustre Juiz explicitou cumpridamente as razões formadoras de
sua convicção a respeito da controvérsia aqui instalada. A prestação
jurisdicional, pois, no caso, não traz a civa de incompletude, muito pelo
contrário, esgotou a tutela jurisdicional, ao exame das questões controvertidas
que ao juiz pareceram indispensáveis ao exame e desate do caso, das questões
colocadas.
No que pertine ao mérito, melhor sorte não ampara a pretensão recursal, embora
se destaque o esforço de interpretação colocado nas razões recursais, sem,
contudo, abalar, face aos elementos informativos dos autos, a conclusão a que
chegou o ilustre Magistrado, no sentido de que “não se tratam na espécie de
Sindicatos iguais, pois diversas as categorias econômicas envolvidas.
O ilustre Juiz faz tal assertina, e a seguir, demostra a correição de seu
pensamento ( f.340)
O primeiro ponto de discussão, refere-se à indagação se o art. 577 da CLT e seu
quadro anexo de atividades e profissões foram ou não recepcionadas pela CRC.
Se recepcionadas, segundo o apte., “a quebra da unicidade sindical no caso dos
autos é flagrante mas, se não recepcionados, inexistirá a quebra da unicidade
sindical, no caso dos Sindicatos Recorrente/Recorrido” (f.370).
A propósito, o v. acórdão trazido à colação na inicial, item 2 (F:03), do eg.
STF, não se aplica ao caso, pois que se trata de desmenbramento e dissociação de
categorias sindicais concentradas para a formação de novos sindicatos
específicos, sendo certo que SINESCONTÁBIL há de prelace, já que se trata de
desmembramento e dissociação.
No contexto das atividades de autor (SESCON), estão categorias profissionais
outras que não a específicas de contabilidade, e , por isto, ao deixar de fora
quase 80% dos escritórios de contabilidade, surgiu a necessidade de se fundar o
SINESCONTABIL, pelo desmenbramento e dissociação, como alega o réu na
contestação (f.57), e ressai da prova dos autos.
Tal desmembramento é lícito, como está posto na jurisprudência colacionada a
f.57, para a formação de outra entidade de classe que melhor atenda aos
interesses de seus integrantes.
Por outro lado, o registro em Cartório confere existência legal à entidade como
pessoa jurídica, como óbvio, mas a representação da categoria surge apenas como
o registro no Órgão competente, nos termos da lei, ou seja, no Ministério do
Trabalho.
Sustenta o apte. Que a espécie não configura uma dissociação sindical, mas o
certo é que os sindicatos aqui colocados não são igual, já que diversas são as
categorias econômicas envolvidas.
As razões recursais, embora bem expostas, em questionamentos, como posto em
síntese no relatório, encontram na própria sentença resposta formal, a
evidenciar a desrazão do auto-apte, eis as entidades em litígio não estão a
representar o mesmo grupo profissional.
Este o ponto central da controvérsia, a afastar toda e qualquer ilação que o
apte. Procura extrair dos fatos e legislação de regência, inclusive de
qualificação constitucional.
Por tais motivos, e ao acolher o r. parecer ministerial, nega-se provimento.
PARTICIPARAM DO JULGAMENTO os Desembargadores Isalino Lisbôa e Tenisson
Fernandes.
SÚMULA:REJEITARAM A PRELIMINAR ARGÜIDA E NEGARAM PROVIMENTO AO APELO.